Primeiro caso de AIDS registrado em SC tem 27 anos
Florianópolis - No mês de agosto deste ano completam-se 27 anos do primeiro caso notificado de AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) em Santa Catarina. Desde 1984, já foram registrados 25.950 casos. Os adultos totalizam 25.021 registros. No sexo masculino os casos chegam a 15.776 e no feminino 9.245. Em crianças menores de 13 anos as ocorrências são de 929 casos e gestantes contaminadas atingiram a marca de 4.756. Além disso, desde 1994, foram comunicados 139.271 casos de algum tipo de doença sexualmente transmissível (DST), que serve como uma porta de entrada para o HIV.
Santa Catarina apresenta taxas de mortalidade superiores às dos outros estados do Brasil. Este alto índice pode estar associado ao diagnóstico tardio, dificuldades na adesão ao tratamento, profilaxia das infecções oportunistas inadequadas e dificuldade de acesso para acompanhamento médico especializado.
Em 2009, O Ministério da Saúde (MS) elencou os 100 municípios brasileiros com as maiores taxas de incidência da doença. De acordo com o ranking do MS, 17 são catarinenses: Florianópolis (4174) Joinville (2836), Itajaí(2320), Blumenau (1630), São José (1501), Criciúma (1455), Balneário Camboriú (1033), Lages (520), Camboriú (493), Palhoça (457),Tubarão (457), Jaraguá do Sul (386), Biguaçu (317), Rio do Sul (286), Araranguá (263) e Içara (206).
Atualmente, a epidemia não mais se restringe aos municípios de grande porte. Com a interiorização da doença, a cada ano, os de médio e pequeno porte vêm registrando os primeiros casos. A AIDS está mudando o seu perfil epidemiológico. A tendência é caracterizada pela heterossexualização, feminização, interiorização e pauperização. No período entre 1984 a 2011 foram registradas 252 ocorrências, ou seja; 86% do total dos municípios.
O sexo masculino tem uma maior concentração de óbitos, em torno de 69,2%, enquanto no sexo feminino o índice é de 30,8%. O percentual corresponde a uma relação de 2/1, confirmando a mesma razão de masculinidade relacionada ao número de casos da doença. A faixa etária mais atingida é a situada entre 20 e 49 anos, sendo que os indivíduos de 40 a 49 anos são os que mais contribuem para o elevado número de casos.
De 1998 a 2011, as regionais de saúde de Joinville, Itajaí e Florianópolis apresentaram o maior número de gestantes soropositivas. Juntas, elas detêm 56,4% do total. Os demais municípios, num total de 33%, não tiveram notificações de gestantes contaminadas até a semana passada.
O índice de mortes envolvendo crianças desde 1984 até os dias de hoje é de apenas 2%. De 1996 a 2010 foram registrados 7.436 óbitos por AIDS no Estado de Santa Catarina. Em 2010, ocorreram 558 mortes, com redução de 80 óbitos em relação ao ano anterior. Contudo, observa-se que o número de óbitos vem aumentando a cada ano. A faixa etária de 30 a 39 anos responde por 39% do total de óbitos ocorridos no referido período.
Há 27 anos que a política de enfrentamento da epidemia vem se consolidando por meio de parcerias, com a participação da sociedade civil e a definição enquanto prioridade entre as três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde. Porém, existe a necessidade frequente de se adequar novas respostas às constantes alterações da dinâmica da epidemia.
Apesar dos avanços, muito ainda tem-se a construir. As próximas décadas serão ainda mais desafiadoras para a geração de novos conhecimentos e novas tecnologias para intervenção, visando cada vez mais o alcance do controle definitivo da doença.
DICAS IMPORTANTES PARA A PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS
Caso você tenha algum sinal ou sintoma de doença sexualmente transmissível, ou deseja fazer o teste do HIV, procure os serviços da rede básica de saúde;
70 a 80% dos portadores de hepatite B, não apresentam sinais e/ou sintomas, o uso do preservativo em cada relação sexual é imprescindível;
A relação sexual desprotegida é responsável por 50% dos casos de infecção pelo vírus B;
Evite abusar de drogas e bebidas alcoólicas, sob o efeito dessas substâncias, há o esquecimento do uso de preservativos;
Se fizer uso de drogas injetáveis, não compartilhe agulhas e seringas;
Toda gestante deve exigir o teste do HIV, sífilis e hepatite B;
Use camisinha em todas as relações sexuais. Prefira as camisinhas lubrificadas, que estejam dentro do prazo de validade e apresentem a marca do Inmetro;
Utilize apenas um preservativo em cada relação sexual, desprezando-o após o uso. As camisinhas são descartáveis.
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