O ser humano é comunhão
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Arquivo DR - * Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida
* Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida
Como encher a palavra comunhão de sentido? O ser humano, por natureza, é um ser social. Ninguém consegue viver isolado, sozinho. Não somos uma ilha. Somos seres de relações. Nenhuma pessoa pode dizer: “não preciso de ninguém”. Cada ser depende direta ou indiretamente de outro. A comunhão deve acontecer comigo mesmo, com o universo, com os outros e com Deus.
Cada pessoa deve gostar do seu físico, sua pele, cor dos olhos, enfim cada ser deve aceitar-se da cabeça até os pés. Eu devo aceitar-me para estar em comunhão comigo mesmo. Pois sou um ser irrepetível, sou original. A comunhão comigo passa também pelo que eu faço. Gostar do trabalho, ter ocupações, ocupar bem o tempo e fazer parte da comunhão comigo mesmo.
E o meu passado? A minha educação, meu fracasso ou sucesso, toda a bagagem da minha vida, minhas limitações? Aceito-me como sou? Se eu não me aceitar não serei eu mesmo. Quando não me aceito, não aceito os outros e nem o mundo.
Como eu faço comunhão com o universo? Todos os elementos do universo estão em mim. Sou parte do universo, nada me é estranho. A única saída é buscar a cada dia uma vida de comunhão com o universo. O mundo é meu irmão. Francisco de Assis chamava tudo e todos de irmãos e irmãs porque vivia perfeitamente a comunhão com o cosmos. Se o mundo é meu irmão, imagine você, as pessoas. Somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Não estou só. Em mim está a humanidade. Em mim está o outro com sua identidade e eu com a minha, mas participando de uma mesma vida. Não posso me isolar.
Todo o homem busca conviver. É por isso que todos nós precisamos de convivência em família, na escola, no clube, no grupo de amigos. O homem nunca está só, ele foi criado para o relacionamento. A lei humana da convivência se realiza no acolhimento e no serviço mútuo.
Por último eu faço comunhão com Deus. Sou da raça de Deus. Sou fotografia de Deus. Som imagem e semelhança de Deus. Minha inteligência é uma pequena partícula da inteligência divina. Vivo em Deus. Sou da sua natureza. Nele existo e Nele sou.
Na história da humanidade não existiu e jamais existirá um homem que viveu tão perfeitamente a comunhão consigo, com o mundo, com as pessoas e com Deus. O Mestre dos mestres, Jesus Cristo, deixou-nos um modelo vivo de uma pessoa equilibrada, mesmo vivendo na tristeza e na dor, uma perfeita comunhão.
Jesus é modelo de comunhão consigo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”. “Eu sou manso e humilde de coração...” “Eu sou a luz do mundo...”. Jesus é modelo de comunhão com o universo: “Eu sou a videira e vocês são os ramos....”. Jesus é comunhão com os outros: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei...” É modelo de comunhão com o Pai: “Eu e o Pai somos um”. Essa comunhão de Jesus mexeu no coração dos seus seguidores. A semente que ele plantou, germinou na mente e no espírito dos seus seguidores que incendiaram o mundo.
* Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida
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