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Adoção, um ato de amor e compaixão

O desejo de ser pai ou mãe, a satisfação de ter um filho, a vontade de ajudar o semelhante, ter companhia. Essas são algumas definições dadas por casais que tiveram filhos por meio da adoção. Na próxima sexta-feira, dia 25, será comemorado o dia nacional da Adoção. Essa data é marcada pelo I Encontro Nacional da Adoção, realizado em 1996, mas foi intitulada somente em 2002 pelo Congresso Nacional.

Muitas famílias foram fortalecidas por meio da adoção. Essa é a realidade do jovem casal Josué Alexandro Garcias e Fernanda Majewsky, de São Lourenço do Oeste. A médica e o músico, ambos com 29 anos, casaram há pouco menos de três anos e a cerca de dois meses tiveram seu primeiro filho. Marcus Michel dos Santos Sabino, de nove anos.

Fernanda conta que sempre teve a vontade de ser mãe de cinco filhos, depois passando somente para três, mas destes um seria por meio da adoção. “Tínhamos, inicialmente, a ideia de ter primeiro os nossos filhos biológicos para depois adotar o terceiro. Mas resolvemos mudar a ordem. Então há um ano resolvemos que o nosso primeiro filho viria por meio da adoção”, contou.

Recentemente, o processo de adoção foi simplificado, mesmo assim, há uma série de questões burocráticas a serem seguidas. Dentre os procedimentos que os casais devem seguir estão os preenchimentos de requerimentos, estudos socioeconômicos, entrevistas com psicóloga e avaliações jurídicas.

Dentre os procedimentos obrigatórios, está o Curso Preparatório para Adoção. De acordo com a assistente social da comarca de São Lourenço do Oeste, Simone Bavaresco Zarzeka, este curso certifica que os casais estão aptos para adotar uma criança e também os auxilia a sanar dúvidas. “O curso é obrigatório, onde através de palestras os casais tem a oportunidade de saciar dúvidas de procedimentos do pré e pós-adoção. Sem realizar o curso os casais não são chamados para adotar”, explica.

A fila de espera é longa. Muitos casais ficam anos esperando pela chegada do filho, outros já conseguem em poucos meses. Simone explica que a demora na adoção é decorrência das escolhas do casal, tais como sexo, idade, entre outras características. “Quando o casal vem nos procurar para adotar, eles preenchem dados de como querem que a criança seja, tais como idade, sexo e cor. Quanto menor a criança for, mais tempo o casal fica na fila de espera”, comenta.

No caso de Fernanda e Josué, foram apenas alguns meses de expectativa da chegada do filho. “Quando optamos por adotar um filho, preferimos por uma criança com mais idade. Eu sempre falava que estava grávida de uma criança que já tinha nascido para ser meu filho e em alguns meses ele nasceu pra mim”, relata Fernanda.

Marcus, que ainda está confuso sobre qual profissão seguirá no futuro, está na terceira série. Antes de entrar na vida do casal, ele estava na Casa Lar de Laguna, litoral catarinense. Ele conta que após ser atendido pelo serviço social daquela cidade, ficou por cerca de um ano no abrigo.

Emocionada, Fernanda, conta que o momento “mais mágico” da adoção de Marcus foi o primeiro encontro. “Estávamos indo até o fórum, junto com a Assistente Social da Comarca de Laguna, para pegarmos os papeis para passar o final de semana com ele. No caminho, Marcus olhou para nós e disse, ‘então quer dizer que você vai ser meu pai? E você minha mãe?’ Isso foi mágico e mostrou que a aceitação dele era instantânea. A partir desse momento ele começou a chamar a gente de pai e mãe”, lembra.

Mesmo com o psicológico preparado, o preconceito foi uma barreira que o casal teve de enfrentar. “Muitas pessoas me perguntavam o porquê de estar adotando e me olhavam com piedade, pois achavam que não poderia ter filhos biológicos. Eu explicava, mas via que elas não compreendiam”.

Para auxiliar os casais que já adotaram e aos que pretende adotar, um grupo de apoio a adoção foi criado na Comarca de São Lourenço. A ideia surgiu durante a realização de uma edição do curso obrigatório. “O grupo de apoio irá suprimir algumas necessidades dos casais, através dele pretendemos orientar as famílias de como lidar com diversas situações entre elas o preconceito. O grupo também tem a função de trocar experiências”, concluiu a assistente social Simone.

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