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Exército não conseguiu recuperar fuzis roubados de unidades do Rio e SP

Desde o início de 2010, o Exército teve 10 fuzis desviados de seus quartéis em todo o Brasil. Deste total, três ainda não foram recuperados, de acordo com informações da corporação ao iG. Todos eram Fal calibre 762.

Um deles sumiu em maio deste ano dos quadros da Força de Pacificação que atua nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, desde novembro do ano passado.

Os outros dois foram furtados no dia 23 de outubro de 2010 do corpo da guarda do conjunto residencial da Base de Administração e Apoio do Ibirapuera, na capital paulista, e permanecem sumidos.

Passados seis meses do desaparecimento da arma no Rio, o inquérito que corre na 4ª Circunscrição da Justiça Militar do estado não tem um só indiciado. A investigação inicialmente estava a cargo do Ministério Público Federal que, em junho de 2011, declinou competência do caso.

 

Sargento foi preso mas fuzis não apareceram

Em São Paulo, um sargento acusado do furto dos dois fuzis chegou a ficar preso mas acabou solto em março deste ano. Quatro civis também foram denunciados pelo crime mas não chegaram a ser presos.

De acordo com as investigações, um dos civis denunciados passou por uma vala existente entre o ginásio do Ibirapuera e o quartel e recebeu os fuzis do militar pela janela de um banheiro.

Segundo o inquérito, além do civil que recebeu as armas, os fuzis passaram nas mãos de outros três denunciados até serem entregues a outras pessoas que não foram identificadas na investigação.

O promotor Luiz Antônio Grigoletto, que acompanha o caso, informou que ainda não foi possível identificar a destinação dos fuzis e o valor que eles foram vendidos. As armas estavam avaliadas, cada uma, em R$ 5.150.

Ainda em 2011, o Exército registrou desvios de fuzis em unidades no Rio Grande do Sul, Paraná e no Amazonas, mas as armas foram recuperadas e os responsáveis pelos roubos punidos.

 

Apuração rigorosa

A respeito dos recentes desvios das armas ocorridos em suas unidades, o Exército informou ao iG, através de nota, que, “em razão das rigorosas apurações que empreende quando dessas ocorrências, o percentual de esclarecimento dos casos e a subseqüente recuperação do material são expressivos”.

O Centro de Comunicação Social do Exército, em Brasília, informou que a corporação controla rigidamente o material sob sua responsabilidade por meio de registros, frequentemente atualizados, conferências diárias do armamento — ato obrigatório antes da liberação do pessoal ao final do expediente em seus quartéis —, restrição de acesso a depósitos e rigorosa apuração quando da verificação de faltas, entre outras medidas.

No comunicado enviado ao iG, o Exército esclareceu ainda que adotou outras medidas visando a coibir o desvio de armas nos quartéis.

Entre elas, um rigoroso processo de seleção do efetivo a ser incorporado, reavaliação do Plano de Segurança Orgânica com o objetivo de impedir a ocorrência de roubo ou furto de armamento, a apuração imediata das ocorrências envolvendo desvio de armamento, a reavaliação das rotinas que envolvem medidas de controle e segurança do armamento e a realização de inspeções de segurança em instalações destinadas ao armazenamento de armas para identificar possíveis vulnerabilidades.

De acordo com o Exército, o desvio de armamento, dentro da Força, tem ocorrido de forma pontual e isolada. “Sempre que há denúncias, a Instituição se empenha em averiguar e dar condições para que a Justiça Militar, a quem cabe julgar e aplicar penas, possa punir exemplarmente os responsáveis”, diz a nota.

Segundo a corporação, o resultado positivo das medidas adotadas pode ser observado no alto índice de percentual médio de recuperação das armas furtadas ou roubadas do Exército Brasileiro.

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