Uma reflexão sobre o Dia das Mães
Estamos na semana do Dia das Mães. Uma semana em que foram ao ar cenas de violência extrema, como o estupro cometido por um menor dentro de um ônibus, no Rio de Janeiro. Horror que vem na esteira de outros horrores com menores envolvidos, como o assassinato de um jovem na calçada de sua casa, na zona leste de São Paulo, e de uma dentista que, ainda viva, teve seu corpo incendiado pelos assaltantes que não se conformaram com o baixo saldo bancário da vítima...
Nessas tragédias do cotidiano, sempre penso nas mães. As mães das vítimas, em primeiro lugar. Nem consigo imaginar o quanto choram, o quanto sofrem. A mulher estuprada no ônibus é, ela própria, mãe de uma menina.
E as mães dos criminosos? São mães também, que certamente sentem a dor de verem seus filhos transformados em seres capazes de tamanhas crueldades! Pior ainda no caso dos menores de idade... Sei que muitos não devem ter família estruturada, mas outros têm, sim. Ou, pelo menos, têm mães e avós que os amam, e devem se perguntar onde erraram. Creio que, embora angustiadas, elas anseiem dar um futuro a eles – justamente a eles, que ceifaram os futuros de outros, mas a generosidade materna jamais irá renegá-los.
E nós, que a tudo presenciamos pela TV, pelos jornais, pela Internet, sentimos parte dessa dor. Como não ter empatia pelos nossos semelhantes que atravessam provações dessa magnitude? E como não pensar em como deve ser obscura e tortuosa a mente de quem não sente remorso, de quem não possui a mais nobre das qualidades humanas, que é a compaixão? Talvez, a dor desse vazio seja a maior de todas...
Creio que nunca precisamos tanto do amparo, do colo materno, como nesta semana, como neste Dia das Mães. Infelizmente, muitos de nós já não temos mais as nossas “mães verdadeiras”. Mas todos nós temos direito a um colo aconchegante, protetor: o colo de Kuan Yin.
É provável que você não conheça este nome. Eu também não o conhecia e, por muito tempo, fiquei sem saber que era Kuan Yin quem me consolava no desespero, me ajudava a encontrar forças quando eu precisava dar apoio a uma pessoa querida e me dava uma certeza profunda, inexplicável, de que a vida não acaba aqui.
Somos muito mais do que simples matéria. Kuan Yin, a mãe universal, divina e amorosa, assume diferentes nomes e descrições nas mais variadas tradições e culturas, mas no fundo ela é uma só – a essência feminina que nos fortalece, pacifica, alivia o coração. Vive ao mesmo tempo fora e dentro de nós. Ela é exterior em sua amplitude, eternidade e perfeição, mas sua centelha habita nossos corações. Abracemos Kuan Yin nesse Dia das Mães, e vibremos com seu amor infinito na sintonia do bem, da Justiça (não da vingança), do amor e do perdão.
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