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Ferrovias: a salvação da pátria

 A frase “Salvação da Pátria” tem sido muito utilizada, às vezes exageradamente, para justificar uma providência sobre determinado assunto como solução de um problema maior. Pode ser usada para o caso da retomada das ferrovias no Brasil. Não é de hoje que todos os segmentos que atuam no setor de transporte de cargas e até de passageiros e que lamentam o abandono que o país deixou os transportes ferroviários. Desde extinção da Rede Ferroviária Federal, com a privatização de alguns trechos das ferrovias, o transporte nesse modal praticamente desapareceu, significando hoje apenas 25% do total dos transportes no país. Em SC muito pior: apenas 5%.

As ferrovias que aqui transitam, são muito mais por interesse de outros estados, do que para a economia de SC. O trecho SP-Rio Grande que passa por Lages e Mafra, é para levar e trazer produtos dos demais estados do que para carregar nossa produção. O trecho que vai ao Porto de São Francisco do Sul também atende a produção de São Paulo, PR e centro oeste, do que para nossos interesses. Consequência: nossa produção do oeste, do Vale do Itajaí e de outras regiões não são servidas pelas ferrovias.

De outra parte, a discussão para implantação de novas ferrovias em nosso estado é de longa data. Mas fica nas promessas e nem em projetos sequer avança. Agora parece que há um movimento um pouco mais intensivo. Fala-se em construir três importantes ligações ferroviárias no estado. A Litorânea, que ligaria os portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul, parece ser a mais adiantada em termos de projeto. Mas já se fala em muitos obstáculos na construção. Problemas ambientais, reservas indígenas e outros problemas de altos custos de investimentos. O trajeto da ferrovia do frango, que ligaria o oeste com o litoral para trazer a produção aos portos, se fala muito, mas de concreto, por enquanto nada. O mais recente trecho reivindicado, que seria de Cascavel a Chapecó e ao RS, que atenderia principalmente o abastecimento de insumos das agroindústrias, também está apenas em discussão, sem definição do Governo Federal.

É certo que para executar alguma obra, especialmente de grande vulto financeiro precisa de discussão prévia, projetos e oferta de recursos. Mas está demorando demais. Enquanto isso, o frete rodoviário fica comendo o resultado das atividades, a mobilidade nas estradas abarrotadas e comprometidas, o estrago das rodovias se acumula, onerando a sociedade e o progresso fica estagnado. E a população faz o que? Tem que pressionar. Governos e políticos, infelizmente no Brasil as coisas só acontecem na base da pressão. Portanto, empresários, entidades de classe, agricultores, passageiros e políticos tem que usar da força que tem, para pressionar a execução das obras. Pense nisso.

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