As empresas e as inovações
Quando exerci as funções de Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, tive a satisfação de contar com o cientista Marco Antônio Raupp na presidência do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
No ano de 1987, viabilizamos o acordo com a China, pelo qual o Brasil construiu, em parceria com aquele país, dois satélites de observação terrestre. Postos em órbita da terra, esses satélites vem fornecendo informações precisas, que nos permitem ter, hoje, previsões climáticas confiáveis.
Não fossem as informações fornecidas, segundo a segundo, pelos satélites sino-brasileiros não poderíamos ter dados tão abrangentes do nosso território, como os que levaram à redução do desmatamento e ao aumento da produtividade agrícola.
Comas imagens enviadas por esses satélites, muitas Prefeituras têm podido atualizar seu cadastro territorial, que é a alavanca básica para o planejamento urbano e o aumento da arrecadação.
Depois que deixei as funções de Ministro, Raupp seguiu sua carreira brilhante, sendo levado, por seus colegas cientistas, à presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
À frente do Ministério, o Ministro Marco Antonio Raupp tem tomado iniciativas importantes. E, agora, acaba de ser protagonista central do programa INOVA EMPRESA, que a Presidente Dilma Roussef acaba de lançar, prevendo investimento de quase 33 bilhões no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.
Nos países que lideram o mundo, dois terços dos investimento em pesquisa científica e tecnológica são feitos pela iniciativa privada. Apenas um terço é aplicado pelo Governo.
No Brasil, é o inverso: a aplicação de dinheiro pelas empresas em Ciência e Tecnologia mal chega a 30%. Ainda assim, esse investimento é concentrado em algumas companhias, como a Petrobras e a Vale Rio Doce.
Com o programa INOVA EMPRESA, o Governo Federal pretende mudar esse quadro. Serão disponibilizados à inovação pelas empresas créditos de 30 bilhões, com juros entre 2,5% a 5% ao ano; carência de 4 anos; e 12 anos para pagar!
O Programa elege sete áreas estratégicas para receberem os investimentos: cadeia agropecuária, energia, petróleo e gás, saúde, complexo aero-espacial e de defesa; tecnologias da informação e comunicação; e sustentabilidade ambiental.
Tão importante (ou talvez mais) é a criação da EMPBRAPII – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial. Concebida com base no sucesso da EMBRAPA, tem o firme propósito de aumentar a competitividade da indústra nacional.
Uma das iniciativas mais importantes do programa é o de participação acionária estatal nas empresas de base tecnológica. Essa era a âncora que faltava para estimular o nascimento e a consolidação dos nossos parques tecnológicos e incubadoras industriais.
Outro ponto importante é o fomento de projetos de parcerias entre centros de pesquisa estatais e empresas do setor privado, como o que a EMBRACO mantém no campus da Universidade Federal, em Florianópolis.
O projeto INOVA EMPRESA, sem dúvida, é uma ação consistente na promoção da competitividade nacional.
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