* Frei Luizinho Marafon - Pároco da Igreja São Lourenço Mártir
A Igreja dispõe de um depósito de graça e de verdade que nos empolga. Temos a sorte de pertencer a ela e ter acesso a este depósito. Pertencer à Igreja é viver de Cristo,
São três as virtudes que nos congregam na Igreja: A mesma fé que participando de sua plenitude. Ele é a luz que nos ilumina e ilumina o mundo, nos é transmitida de geração em geração, como herança preciosa e infundida pelos sacramentos; A esperança que nos leva a caminhar na alegria da certeza de que não temos aqui morada permanente e que o melhor ainda está por vir: O amor, que constitui a essência da vida cristã.
Diz-se que o mundo da pós modernidade perdeu a fé e, conseqüentemente a esperança e o amor. Mas isto não significa que não creia mais em nada. Pelo contrário: é levado a crer em qualquer coisa, desde os horóscopos às propagandas, desde as curas milagrosas aos seres extraterrestres, desde a nova era à metempsicose, desde as promessas eleitorais às ideologias da moda e tantas outras coisas mais. O problema hoje não é tanto a distinção entre os que crêem e os que não crêem, mas sim entre a fé a crendice.
Nós cremos com a Igreja. Fazemos parte dela e endossamos suas verdades, cujo centro é Jesus Cristo. A verdade central de nossa fé está no mistério pascal. Cremos na morte redentora de Jesus e na sua Ressurreição salvífica. Cremos que Ele, o filho de Deus, que se fez homem, foi morto por causa de nossos pecados e que ressurgiu para nossa justificação.
O conteúdo de nossa fé não é ideológico. Não nos satisfazemos com ideias por mais bonitas e consoladoras que possam parecer. Nós cremos numa pessoa, que não só viveu há dois mil anos, mas que está viva para sempre e que nos ama com amor infinito. Crendo na ressurreição de Jesus sentimo-nos profundamente amados, a Ele recorremos em todas as necessidades e por Ele oferecemos nossa vida.
A fé na ressurreição nos leva anualmente à celebração festiva da Páscoa. Cantamos aleluia e exultamos de alegria cumprimentando-nos mutuamente desejando-nos uma Feliz Páscoa, na certeza de que assim entramos no âmago de cada pessoa que crê. Atingimos suas fibras mais profundas, de onde brota a energia cristã e a alegria da vida.
Pode alguém sentir dificuldade em explicar a ressurreição de Cristo e a própria ressurreição, que deverá acontecer algum dia, como coroamento da peregrinação terrestre. A fé não está na explicação. O certo é que quem crê em Jesus Ressuscitado, sente-o bem perto, recebe-o na Eucaristia, encontra-o na comunidade.
Páscoa é nova vida. Em Cristo Ressuscitado antecipamos as alegrias do céu. Ele não morre mais, porque vive para sempre. Diante Dele, Tomé se prostrou para exclamar "meu Senhor e meu Deus". Por Ele os discípulos sentiram-se depois, felizes de poderem sofrer afrontas e testemunhar sua fé com a entrega da vida. São Paulo concluía que, para Ele viver é Cristo. Esta é a fé na ressurreição de Jesus Cristo, isto é Páscoa! A vida nova de Jesus Ressuscitado ilumina as travas da humanidade e aquece nossos corações.
* Frei Luizinho Marafon - Pároco da Igreja São Lourenço Mártir
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