Somos menos
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Artigo pessoal - * Prof. Dr. Argemiro Luís Brum - Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ) – 12 de junho de 2023
* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum - Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ)
O Brasil acaba de divulgar os primeiros dados do novo Censo Demográfico. Há surpresas! Somos menos do que imaginávamos. Ou seja, a população brasileira não é de 215 milhões de pessoas, como se projetava, mas sim de pouco mais de 203 milhões. O Rio Grande do Sul, que se calculava com uma população de 11,8 milhões de habitantes, aparece com 10,88 milhões. Ou seja, a taxa de natalidade diminuiu consideravelmente, muito mais do que se esperava. Entre 2010 (Censo anterior) e 2022 (Censo atual) o crescimento populacional nacional foi de “apenas” 6,5%. Isso nos remete a uma taxa média de crescimento anual da população do país, nestes 12 últimos anos, de tão somente 0,52%. É a mais baixa taxa desde o primeiro Censo, realizado em 1872, ainda no Império. Lembrando que no período logo anterior (2000 a 2010) a taxa havia sido de 1,17% (mais do que o dobro da atual). O que houve? Ainda não se sabe e as análises demográficas estão sendo feitas para clarear esta nova realidade nacional. Pode ser consequência da crise econômico-financeira nacional, que gerou uma década perdida neste período e duas grandes recessões, da pandemia, do maior acesso a anticoncepcionais etc... O fato é que tal taxa já vinha desacelerando muito antes, porém, agora o processo se mostrou agudo. Neste ritmo, a redução da população brasileira se dará bem antes do previsto, que é o ano de 2040. Mas as consequências são mais complexas e enormes diante do exposto. As políticas públicas regionais e federais são obrigadas, agora, a acelerar investimentos direcionados aos mais velhos, pois o país está envelhecendo rapidamente. E isso, sem abandonar os mais novos, obviamente. Especialmente porque, e este é o segundo ponto, se o Brasil não quiser empobrecer de forma geral, recuando ainda mais em seu bem-estar social, PIB, IDH etc..., está obrigado a investir pesadamente em formação de capital humano visando aumentar a nossa produtividade do trabalho, hoje em apenas 0,9% ao ano (uma das mais baixas do mundo). Para isso, temos que investir em educação e formação dos jovens, pois serão eles, cada vez em menor número, que deverão sustentar o restante da Nação que envelhece. Sem isso, cairemos, logo adiante, no pior cenário: um país que envelhece rapidamente, sem capacidade produtiva que o sustente suficientemente.
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