Preços da soja reagem (um pouco)
-
Artigo pessoal - * Prof. Dr. Argemiro Luís Brum - Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ) – 12 de junho de 2023
* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum - Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ)
Confirmando as expectativas, os preços da soja, no Brasil, reagiram nesta virada de semestre. A primeira semana de julho/23 terminou com negociações da oleaginosa a R$ 130,00/saco. Um mês antes este valor era de R$ 121,50 (o menor preço em muitos meses). Portanto, em relação há 30 dias antes o ganho foi de 7% em termos nominais. O que levou a este comportamento? A melhoria dos três elementos centrais que compõem o preço da oleaginosa no mercado interno. Na Bolsa de Chicago, no primeiro mês cotado, o bushel de soja saiu de US$ 13,29 no dia 01/06, para US$ 15,62 em 03/07 (um ganho de 17,5% em pouco mais de um mês). Já o Real, após atingir a máxima de R$ 4,76 por dólar no dia 26/06, se desvalorizou para R$ 4,90 no dia 06/07. Uma perda de 2,9% em poucos dias. Enfim, o prêmio, para julho/23, tomando-se Paranaguá como referência, após atingir, em alguns momentos do primeiro semestre, mais de US$ 2,00/bushel negativo, fecha a primeira semana de julho em US$ 1,00/bushel negativo. No caso de Chicago, a principal virada veio do relatório de plantio nos EUA, divulgado no dia 30/06. O mesmo surpreendeu ao apontar um recuo de 5% na área realmente semeada com soja naquele país. Com isso, existe o risco de a produção final estadunidense não atingir as 122 milhões de toneladas projetadas. E ainda, até a colheita, no final de setembro, existem as oscilações climáticas que sempre alimentam especulações. Ao mesmo tempo, os estoques trimestrais de soja, nos EUA, na posição 1º de junho, ficaram menores do que o esperado (recuo de 18% sobre o mesmo período do ano anterior). Quanto ao câmbio, além dos movimentos externos, o mercado está preocupado com a reforma tributária, a qual vem sendo aprovada “a toque de caixa”, sem aprofundamento técnico suficiente, podendo ficar longe do necessário para o país. Enfim, quanto ao recuo nos prêmios, o mesmo já era esperado. A disponibilidade de soja no Brasil vai diminuindo, na exportação, embora tenhamos ainda muito produto. Pelo sim ou pelo não, abriu-se uma janela aos produtores brasileiros, em termos de melhores preços. Mas é cedo para cravar se a mesma irá se fechar ou abrir ainda mais, pois as condições elementos citados tendem a oscilar muito nos próximos meses. Lembrando que o preço atual continua longe dos R$ 172,00/saco do início de julho de 2022.
Receba as notícias em primeira mão, acesso no DR News;
Deixe um comentário