Levantamento aponta que perdas já somam mais de R$500 milhões na região Oeste de SC
Estiagem que assola a região vem causado uma série de impactos. Além das fontes de água, o efeito da ausência de chuvas é sentido no dia-a-dia dos cidadãos e também na economia. Um levantamento da Defesa Civil de Santa Catarina, divulgado na semana passada, aponta que a seca já movimentou mais de R$500 milhões.
A cifra estimada é de R$639.845.895,40. Monta é alcançada quando somados os investimentos para mitigar o impacto da falta de água e as quebras gerada pela intempérie.
No tocante à quebra, o valor estimado é de R$638.924.216,59. De acordo com Luciano Peri, Coordenador Regional da Defesa Civil, o valor é estimado a partir de baixas registradas pela iniciativa privada.
Um dos setores mais afetados é o agronegócio. No tocante a produção de grãos, há baixa na produção de milho para silagem, milho 1ª safra, milho safrinha e soja. Algumas das culturas registram baixas superiores a 50%.
A cadeia de beneficiamento também registra perdas. Isso por que o volume de matéria prima é inferior a demanda. Consequentemente, setores são pontualmente reduzidos.
Outro setor impactado é o turismo. Cleison Roberto Bazzi, empresário do Ecoturismo, relata que as atividades desenvolvidas no Rio Chapecó tiveram que ser temporariamente suspensas. Sem previsão, relata que "temos que aguardar o retorno das chuvas".
Nos serviços públicos, também há prejuízos. Levantamento da Defesa Civil apontou que os órgãos públicos investiram R$921.678,81. Monta tende a ser maior, já que o levantamento foi divulgado na quinta-feira (13) e compilado no decorrer da semana.
Santiago do Sul foi um dos primeiros municípios a decretar situação de emergência. Decisão administrativa foi oficializada no dia 22 de dezembro, pelo Prefeito Julcimar Antônio Lorenzetti.
Tiago de Paris, agente local da Defesa Civil, relata que a situação está em monitoramento há meses, mas agravou-se a partir de novembro. Primeiro registro de transporte de água para abastecimento em propriedade rural foi registrado em primeiro de novembro. Desde então, o cenário tem se agravado.
A fim de atender à comunidade santiaguense, duas equipes foram montadas para trabalhar na distribuição de água. Um caminhão equipado com tanque e bomba de água, acompanhado por dois operadores. Grupos trabalho todo o horário de expediente, sendo que alguns dias fazem horas extras para dar conta da demanda de serviço. Maior demanda é para abastecer a reservatórios destinados ao consumo animal.
Emergência
O número de municípios em situação de emergência segue aumentando. Registros são acompanhados pela Defesa Civil.
Em âmbito estadual, há 81 municípios com o decreto de situação de emergência ativo. A maior parte está na região Oeste, onde 88% das cidades declaram ter dificuldades com abastecimento de água.
Na região Noroeste, que compreende a região de Xanxerê e Chapecó, todos os municípios estão em situação de emergência.
Abastecimento
Há pouco mais de uma semana, São Lourenço do Oeste entrou na lista de municípios com manobras de abastecimento de água potável. O revezamento no abastecimento é realizado de 24 em 24 horas.
Na semana passada, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) informou que a bomba do poço profundo apresentou problemas. Uma equipe técnica foi acionada e faria avaliação do problema. Prazo para normalização no abastecimento não foi divulgado.
Por conta da ausência de chuvas, outro problema passou a ser registrados. A ausência de água no Rio Macaco, principal manancial de captação para abastecimento de São Lourenço do Oeste e Novo Horizonte.
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