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Há 65 anos, na alegria e na tristeza

                  No dia 31 de maio de 2012, Fiorindo Nesi e Natalina Pandini Nesi celebraram o 65º aniversário de união matrimonial. A cerimônia simples, na antiga igrejinha de Palermo, no pé da serra do Rio do Rastro, é lembrada até hoje e contado com lágrimas empapando os olhos de alegria. As seis décadas e meia de história são contadas com orgulho e servem de motivação para muitos casais mais novos.

                A história da família começou em idos da década de 1940, em uma festa de padroeiros. Seu Nesi lembra que foi na comunidade de Barro Branco, próximo a Palermo, onde ambos moravam. Tão logo se conheceram, assumiram o namoro.

Em um ano e meio de namoro, o casal se viu poucas vezes. “Morávamos longe e não era fácil de chegar na casa dela. Naquela época, também tinha que ver se os pais deixavam a gente se ver. As vezes era sim, outras vezes era não”, lembra Nesi. O costume da época era de que os pais cuidavam e zelavam muito os filhos, por isso as visitas eram restritas. Em meio a risadas, Natalina conta que muitas vezes, próximo da boca da noite, o padrasto apagava a lamparina. “Era a hora dele [Fiorindo] ir embora. Era um tempo muito rígido”, conta.

                31 de maio de 1947 foi a data que os familiares se reuniram na antiga igrejinha de madeira da Palermo para celebrar o casamento. Natalina lembra que a cerimônia era uma mais simples e não tinha festa. “No nosso casamento foi só os parentes. Meu padrasto nem foi, não era o costume da época levar a filha ao altar”, conta.

Como Palermo era uma vila pequena, não tinha representante da igreja na comunidade. Para oficializar o ato religioso o Bom Santo [denominação da época para o representante da igreja] teve que ser o de Urusanga. “O Bom Santo foi de Urusanga até a igreja de cavalo. Na saída, o pai deu o almoço para ele, pois a viagem era longe, e logo depois ele foi embora”, lembra Fiorindo.

                Outra diferença do casamento da época para hoje é a união civil. Documentalmente, o casamento de Fiorindo e Natalina foi registrado de quatro a seis meses depois do ato religioso. “Quando se ajeitou eu fui para a cidade e registrei, porque não tinha cartório tão perto como se tem hoje”, explica seu Nesi.

                Ao longo dos 65 anos, o casal coleciona uma “carreira de histórias” vivenciadas junto. As mais sofridas narram as mudanças de casas da família, onde saíram de Palermo e foram para o interior de Concórdia e posteriormente vieram para São Lourenço do Oeste. “Na primeira mudança, demoramos oito dias para chegar ao lugar onde iríamos morar”, lembra Fiorindo. De acordo com ele, filhos, móveis e animais foram transportados numa viagem só em cima de um caminhão. Os momentos mais difíceis eram quando chovia, o caminhão atolava e tinham que ficar parado. “Era ruim, porque as crianças não paravam e tinha que fazer comida para toda à família e quem ajudava na mudança”, conta Natalina.

Assim como nestes momentos, a ajuda mútua foi o que fortaleceu a família e deu consistência a duradoura relação. Natalina acredita que a longevidade do casamento é decorrência da paciência e valorização que um tem com o outro. “Eu cuido dele e ele cuida de mim, assim vamos vivendo o dia a dia”, relata.

Atualmente, uma das maiores preocupações do casal é com a saúde. Fiorindo passa os dias cuidando da horta familiar, enquanto Natalina cuida dos afazeres da casa. “Se manter ocupado e cuidando de quem a gente gosta é a melhor maneira de cuidar de nossa saúde”, afirma Fiorindo.

 

 

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