Família Righi aguarda o desfecho do crime que tirou a vida de Francielle, que segue sob investigação
Mesmo tendo crescimento exponencial, São Lourenço do Oeste segue sendo uma cidade pacata e de povo ordeiro. Ao longo dos 62 anos de emancipação, poucos crimes brutais foram registrados na localidade. Uma destas histórias aconteceu em 2008 e é um mistério até hoje. Francielle Alves Righi, 17 anos, foi abusada sexualmente e assassinada.
O que de fato aconteceu? Quem cometeu tal crime? O que motivou? São algumas das respostas que se buscam em uma investigação em curso há mais de uma década.
A investigação é conduzida pelo Ministério Público (MP), atualmente. Trabalhos são coordenados pelo Promotor de Justiça Mateus Minuzzi Freire da Fontoura Gomes.
Quando o crime aconteceu, a Polícia Civil conduziu os trabalhos investigativos. Inúmeras hipóteses foram formuladas, linhas de investigação instauradas e nenhuma conclusão foi alcançada.
Aos olhos do Promotor Mateus, elucidar o caso é mais do que identificar o autor, é fazer justiça. "Tem a sensação de que alguma coisa precisa ser feita. Isso não pode ficar sem resposta", justifica.
O caso
O crime foi noticiado às autoridades policiais na manhã de quarta-feira, dia 13 de agosto de 2008. Foi informado ser uma jovem, encontrada em meio a um reflorestamento. Fato ocorreu no bairro Cruzeiro, próximo ao Centro de Eventos.
Francielle foi vista com vida por uma colega de escola. Ao sair da Escola de Educação Básica (E.E.B.) Sóror Angélica, pegou carona com essa amiga. Próximo de sua casa, desembarcou.
Na manhã do dia seguinte, a jovem foi encontrada sem vida. Perícia constatou que ela foi vítima de violência sexual, posteriormente assassinada.
Investigação
Na época em que o crime ocorreu, investigação foi iniciada pela Polícia Civil. Inquérito ficou a cargo da unidade da Comarca de São Lourenço do Oeste.
Mateus relata que a investigação foi muito bem conduzida. À época, todos os recursos disponíveis foram empregados e as hipóteses formuladas foram averiguadas.
Algumas pessoas foram investigadas, cinco aproximadamente, algumas até detidas a fim de contribuir com a apuração dos fatos. "A investigação da época tentou fazer levantamentos, recebeu informações, mas não conseguiu comprovar que foram aquelas pessoas", relata o Promotor. Conta que alguns investigados foram exonerados por conta de exames de DNA e outros por comprovarem álibis para a data do crime.
O Promotor relata que a investigação nunca foi encerrada, tampouco arquivada. "Ele [caso] não foi encerrado, mas, com o passar do tempo, perdeu um pouco de força", explica.
Desde setembro, o caso tem atenção diferenciada. O caso está sendo remontado, com a contextualização do que acontecia com Francielle, na cidade e arredores de onde o crime foi cometido.
Um dos trunfos do momento é a tecnologia e aperfeiçoamento dos bancos de dados. Quando o crime foi cometido, o autor deixou evidências genéticas e é um dos fatos que corroboram para o andamento da investigação na atualidade.
Atualmente, há cerca de 20 pessoas a serem averiguadas. "É um trabalho difícil, mas acho que vale a pena investigar. Cada uma delas é uma linha de investigação. Pode ser um criminoso amador, como um latrocínio que deu errado. Como também pode ser alguém que saiu naquela noite com o objetivo específico de praticar uma violência sexual ou de praticar um homicídio", relata o Promotor.
Contribuição popular
A participação da população é importante para o desfecho do caso. Quem tiver relato, ou informações pertinentes ao caso, podem contatar o Ministério Público.
Alguns canais de comunicação foram abertos para esta finalidade. Trata-se do telefone e WhatsApp (49) 9.9917-1308; e-mail casofr2008@gmail.com ou atendimento no Fórum, das 12 às 19 horas de segunda à sexta-feira.
"A gente conta com a ajuda da população. Quem puder trazer informações, qualquer coisa que ajude no caso, estamos abertos, garantimos sigilo e está fazendo um bem muito grande para a cidade e para a família dessa vítima", solicita a ajuda da comunidade o Promotor Mateus.
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