Contra crise internacional, governo oficializa aumento do superávit primário neste ano
Brasília - O governo brasileiro anunciou oficialmente nesta segunda-feira que vai aumentar o superávit primário em 0,2 ou 0,3 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (conjunto de bens e serviços produzidos no país) previsto para este ano. Com isso, a meta de economia para pagar juros chega a 3,2% ou 3,3% do PIB, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Isso deve implicar um esforço extra de R$ 10 bilhões em economia para pagar juros.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o governo vai enviar um projeto de lei para ser votado no Congresso que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2011 e impõe a nova meta de superávit anunciada nesta segunda-feira: R$ 127,9 bilhões. A meta anterior era economizar R$ 117,9 bilhões.
- Estamos nos precavendo quanto ao possível agravamento desse cenário [de crise] para impedir que o Brasil tenha o mesmo destino dos países afetados - justificou Mantega ao anunciar a nova meta de economia.
- Não tem nada a ver com o Copom. Queremos que o Brasil continue na sua trajetória de desenvolvimento com o mínimo de desgaste em função da crise internacional - disse o ministro, para deixar claro que o Banco Central (BC) mantém sua independência para decidir sobre os juros.
Mas objetivo do governo é aumentar o esforço fiscal e, assim, abrir espaço para que o BC reduzir a taxa Selic. A decisão de aumentar o superávit foi tomada às vésperas da reunião do do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nesta terça e quarta-feira, para decidir sobre os juros.
A elevação da meta de superávit é possível graças ao desempenho recorde da arrecadação de tributos federais até julho. Nos sete primeiros meses do ano, o governo atingiu 78% da meta de R$ 117,9 bilhões para o ano todo. Em julho foram economizados R$ 13,8 bilhões, maior resultado para o mês desde 2001, quando começou a série histórica.Segundo Paulinho, a economia extra do governo federal em 2011 será de cerca de R$ 14 bilhões.
O objetivo do governo é aumentar o esforço fiscal e, assim, abrir espaço para o Banco Central (BC) reduzir a taxa de juros (Selic). A decisão foi tomada às vésperas da reunião do do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne nesta terça e quarta-feira, para decidir sobre juros. A elevação da meta de superávit é possível graças ao desempenho recorde da arrecadação de tributos federais até julho.
Mais cedo, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que participou da reunião, disse que o aumento será de 0,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB). Com isso, o esforço fiscal deste ano deveria subir para 3,5% do PIB neste ano, segundo Paulinho.
A presidente, segundo o sindicalista, afirmou que o Brasil está preparado, tem reservas, mas que quer fazer um gesto a mais. Paulinho declarou que a presidente se comprometeu a manter os gastos sociais.
Os sindicalistas viram com preocupação a medida. Eles defendem a redução da taxa de juros como forma de incentivar a produção. Apesar de discordarem do aumento do superávit primário, os representantes das centrais disseram que vão esperar a decisão do (Copom), que se reúne nesta terça e quarta-feira, para decidir como agir. De qualquer maneira, as centrais devem fazer manifestação na porta do Banco Central amanhã e depois.
- Vamos dar um crédito de confiança, mas, para isso, a taxa de juros precisa cair - disse Paulinho.
- A CUT é contra o aumento do superávit e a favor da queda da taxa de juros - declarou o presidente da Central, Artur Henrique.
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