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Técnicas para melhorar a silagem

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 Recentemente, a silagem tornou-se um dos principais ingredientes da nutrição dos rebanhos bovinos cultivados na região. Rica fonte de vitaminas e com durabilidade prolongada, o alimento é produzido na propriedade rural com custo relativamente inferior ao dos demais ingredientes da dieta animal. Mesmo que a prática tenha se tornado comum, muitos agricultores descuidam de pequenos detalhes na produção da silagem e amargam prejuízos despercebidos. Práticas simples na hora de fazer o planejamento e o manuseio adequado podem melhorar a qualidade da forragem e aumentar os ganhos em decorrência do rebanho.

                Basicamente, a silagem é um método de conservação de forragem. A prática consiste na fermentação láctica da matéria vegetal, a qual provoca a produção de ácidos lácticos e ácidos orgânicos. Em sua grande maioria, as forrageiras usam milho e suas palhas como matéria prima.

                Do ponto de vista técnico, o alimento é uma excelente fonte de energia. Embora volumoso, é de fácil digestão para os animas. Quando de boa qualidade, melhora a saúde do rebanho e diminui o adoecimento.

                O engenheiro Agrônomo Ênio Francisco Copatti destaca que a utilização da silagem é uma forma inteligente de administrar os rebanhos bovinos, no entanto, faz um alerta aos produtores rurais para que adotem alguns cuidados para produzir um alimento de qualidade.

                Tudo inicia no planejamento. Recomenda-se que as perspectivas de trabalho sejam traçadas para o período mínimo um ano. Copatti ressalta que os estudos devem ser feitos a partir do cálculo de animais a serem alimentados e a escolha da variedade de matéria verde a ser cultivada.

                É difícil de mensurar o volume de alimentos que os animais consomem em um dia, haja vista que o consumo varia com a fase da vida do animal, estado de saúde e finalidade destinada ao rebanho.

Técnicos apontam que na fase adulta, um bovino pode ingerir de 35 a 40 quilos de alimento ao dia. Para rebanhos leiteiros, orienta-se que a dieta seja baseada em 60% de matéria verde e o restante de suplemento alimentar. Já para os rebanhos destinados ao corte, o consumo de forragem sobe para 90% e o suplemento fica em torno de 10%.

                A escolha da variedade de milho a ser cultivada também é relevante. A cada safra surgem inúmeras variedades para cada finalidade. Diante desta realidade o agricultor deve estar atento às opções com maior produção de matéria verde e dando preferência para os grãos macios.

                Com a safra plantada, os próximos cuidados a serem observados estão no ponto de colheita dos grãos.

Copatti destaca que o ponto de colheita ideal é quando o milho encontra-se 50% farináceo e 50% leitoso. Esta fase denomina-se “farináceo duro”. Como característica, a lavoura encontra-se com a palha da espiga seca e o restante do pé ainda verde. Em média, a plantação entra nesta fase por volta dos 110 dias do plantio da safra.

O processo de colheita da safra também requer medidas cautelosas.

Recomenda-se passar a lâmina com 30 a 40 centímetros do chão. Desta forma, a silagem terá pouca fibra de baixa qualidade e o solo terá um pouco de nutrientes orgânicos para se recompor até a próxima safra.

No estágio de moagem, o operador deve manter as lâminas afiadas, evitando a possibilidade de deixar palhas grandes em meio à massa. O tamanho de corte também deve seguir um padrão. Do ponto de vista técnico, é aconselhado regular as lâminas para picotar no máximo a cada 2,5 centímetros. Tal medida facilitará a compactação da massa da silagem, melhorando o processo de fermentação.

A construção dos silos também impacta na qualidade final da silagem. O modelo mais eficiente é a trincheira, onde escavações são feitas na terra.

Copatti explica que a maior dificuldade na produção da silagem é a expulsão de oxigênio da massa verde. Quando o material começa a ser despejado na trincheira, é bom trabalhar na forma de rampa com o maquinário. A pressão faz o ar escapar e deixa o material mais compactado. “Quanto maior for o tempo de compactação, mais eficiente será a retirada do oxigênio, que é o principal inimigo das silagens”, argumenta.

O fechamento do silo é um momento delicado. A melhor hora para fazê-lo é nos momentos mais frescos do dia.

Para facilitar a expulsão do ar, pondera-se o fechamento lateral e inferior por primeiro. Para manter a pressão, após colocar a primeira lona deve-se colocar uma camada de terra, ou areia. Uma segunda lona deverá ser esticada posteriormente, deixando uma boca para monitoramento.

Embora não seja de uso obrigatório, o inoculante é um produto comumente usado na produção de silagem. O químico é constituído a partir de bactérias lácteas e enzimas, o que acelera a fermentação da massa verde.

Copatti salienta que um silo inoculado pode ser aberto após uma semana de produção, enquanto os demais precisam de aproximadamente um mês para completar o ciclo de fermentação.

                Uma silagem de qualidade requer um acompanhamento periódico. A observação constante da forrageira deve ser acompanhada da mensuração da temperatura e umidade da massa verde.

                O Agrônomo destaca que a implementação de uma alimentação saudável aos animais resulta em bons rendimentos ao agricultor. Ele exemplifica que no caso do gado leiteiro, o produto tem um ganho considerável de qualidade e isso refletirá na valorização do produto na hora de repassar para os laticínios.

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