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Produção de leite continua baixa, mesmo com a chuva

 A estiagem deste segundo semestre deixa sinais de prejuízos e desgastes à agricultura. Na atualidade, a produção de leite é uma das atividades com maior lucratividade. Ajuda a segurar a família no campo, com melhor renda e perspectiva de vida.

No entanto, na segunda seca deste ano, fica em evidência a baixa produtividade do leite, com queda na produção. Na Comunidade de Alto São Luiz – União do Oeste – mora o casal Luiz e Zenaide Waskievicz, com mais três filhos.

Têm na produção de leite um dos meios de renda familiar, agregando junto à produção de suínos. Com oito vacas na ordenha, a venda do produto ajuda no orçamento, para manter as atividades e contribui para quitar gastos.

Porém, o agricultor Waskievicz salienta as percas para o setor, provocando queda de 15% na produção, resultando em menor renda. A esposa acentua que o pior momento está por vir devido a falta de pastagem.

“Com a seca, o azevém não cresceu, sendo um dos fatores da queda na produção”, explica. Outra variedade de pastagem prejudicada, com o longo período sem chuvas, foi a aveia de verão. A família prolongou o plantio da semente no aguardo do fim da estiagem.

 

Silagem

 

A silagem é uma opção de alimento para assegurar a produtividade. Mas, com a primeira seca do ano, a família Waskievicz produziu silagem de sorgo, com baixa qualidade, devido à ocorrência de geada durante a safra.

A falta de pastagem está sendo substituída pelo trato com silagem e cana-de-açúcar. “Ainda não precisei comprar ração, é um gasto a menos, tenho um pouco de milho para agregar na alimentação das vacas”, salienta. O agricultor manifesta a preocupação com os efeitos climáticos e a possibilidade de uma nova estiagem.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de União do Oeste, a média de queda na produção local de leite chegou a 15%. Informações técnicas apontam para uma baixa produtividade, nos próximos 30 dias, devido a escassez de pastagem.

Na propriedade do casal Delcir e Nelice Bonetti, pertencente a Linha Parafusinho – União do Oeste – as percas são contabilizadas e superam a média do município. Conforme o agricultor, chega a 20% a queda na produção do leite.

Com 12 vacas na ordenha, os prejuízos superam o valor de R$ 350,00 ao mês. Na estiagem do início de 2012, a falta de pastagem e de água fez com que o casal vendesse nove vacas de leite. “Uma havia morrido, para evitar o mesmo, negociamos as outras, impedindo mais prejuízos”, comenta a esposa.

 

Gastos

 

A estiagem prejudicou o crescimento e o plantio de sementes de pastagem. Com a chuva dos últimos dias, foi possível plantar semente de milho em dois hectares para produzir silagem.

Enquanto se forma a nova pastagem e cresce o milho para fazer a silagem, a ração se tornou um alimento alternativo. Bonetti salienta o preço elevado do quilo, em torno de R$ 0,85. “Com mais gasto, a renda diminui. O trato a partir da ração tem que ser temporário, caso contrário não conseguimos manter a atividade e depender dela para viver”, ressalta.

A realidade das famílias Waskievicz e Bonetti de União do Oeste são semelhantes a outras tantas do Oeste Catarinense. Depende da comercialização do leite para manterem-se na agricultura. Entretanto, com baixos lucros, devido às circunstâncias climáticas, a vida do homem do campo se torna mais árdua.

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