Ocesc prevê ano melhor, apesar das dificuldades
Declarado pela ONU como Ano Internacional do Cooperativismo, 2012 produziu alguns resultados para o setor, de acordo com a Organização das Cooperativas de SC (Ocesc). O presidente da Ocesc, Marcos Antônio Zordan, lamenta, entretanto, que ficou para 2013 o principal projeto: a lei que regulamentará o ato cooperativo de todos os ramos do cooperativismo, com exceção daqueles que já têm essa norma (trabalho, agropecuário, infraestrutura, crédito e transporte).
Um deles foi a regulamentação dentro do sistema financeiro nacional do uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pelas cooperativas de crédito. Anteriormente, só os Bancos oficiais tinham esse acesso.
Além de beneficiar amplas faixas de empreendedores e microempreendedores, as cooperativas ainda gerarão economia para o Tesouro Nacional, porque não cobrarão nada pela gestão desses recursos – enquanto o BNDES (repassador) cobra 4% e o Banco do Brasil (operador) cobra 3%.
O ramo de crédito também ganhou, em 2012, o Fundo Garantidor que confere maior segurança ao sistema. Outro avanço é a compatibilização dos ativos do Sicredi e do Sicoob para ampliar os limites de captação e investimentos desses dois sistemas de cooperativismo de crédito. A matéria já foi discutida com a presidente Dilma Rousseff, que prometeu sancionar a lei depois de aprovada no Congresso.
O sistema de cooperativismo de crédito, no Brasil, está estruturado em dois bancos cooperativos nacionais (Bansicredi e Bancoob) e em quatro sistemas (Sicredi, Sicoob, Unicred e Cresol) que representam 1.047 cooperativas e 4,6 milhões de pessoas associadas (cooperadas).
Em relação ao comportamento do mercado em 2013, o presidente da Ocesc prevê um período de bons resultados para o ramo agropecuário, que representa mais de 70% do movimento econômico das cooperativas catarinenses. Isso porque, neste ano, os preços dos grãos tendem a continuar acima das médias históricas, pelo menos no primeiro semestre. No segundo semestre, as safras americana, brasileira e argentina podem mudar os preços. Espera-se, portanto, uma melhora da rentabilidade dos produtores, com margens satisfatórias, sobretudo na soja e no milho, apesar dos significativos aumentos dos custos de produção.
No contraponto, o custo das rações para nutrição animal deve manter-se elevado. As carnes, entretanto, devem manter bons preços em 2013, devido à alta dos grãos e à escassa oferta de carne bovina nos EUA, pela redução do rebanho americano em face da seca e da diminuição do número de matrizes. A elevação do preço da carne de frango decorre da redução da oferta em razão do aumento dos custos. Este ano será de preços altos para as proteínas animais e com alguma melhora na rentabilidade do setor.
Marcos Zordan assinala que as deficiências logísticas e infraestruturais continuarão atormentando as classes produtoras. Lembra que a nova lei que regulamenta a profissão de motorista – especialmente no que tange ao descanso dos caminhoneiros – aumentará ainda mais a pressão sobre o frete. A previsão é de 35% de aumento dos custos com frete em relação à ultima safra.
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