A corrupção no Brasil é sistêmica e faz parte da engrenagem da democracia brasileira, afirmou o deputado Sargento Amauri Soares (PDT), em pronunciamento na Assembleia Legislativa, na tarde de terça-feira, 18/10. “Considero nossa democracia de fachada”, completou.

Para ele, o marco zero da corrupção no Brasil é o financiamento privado das campanhas eleitorais. “Hoje em dia não se fala em entrar em um processo eleitoral, pelo menos para o Executivo, sem falar em milhões. E é óbvio que esses milhões vêm de algum lugar, e dificilmente é do bolso do candidato”, explicou. A origem desses valores, afirma, é de grupos empresariais que arrecadam dinheiro para financiar políticos “com objetivo de terem favorecimentos na administração”.

Outro lado da corrupção, muito mais visível, é a entrega de dinheiro vivo ou superfaturamento de obras. O deputado citou o caso do “Diário Oficial” de Santa Catarina, que custou quase R$ 2 milhões para fazer a versão eletrônica, mas ainda paira dúvida sobre a legalidade da operação.

“Nossa democracia de fachada é financiada por essas formas tortas quando não vis. Essa é uma observação que desestimula a participação na política institucional em nosso país”, declarou.