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O dilema da mobilidade urbana não apenas nas grandes cidades

 O pedestre quer que os carros parem para ele atravessar a rua, o passageiro do transporte coletivo deseja que os veículos não atrapalhem a circulação dos ônibus, o motorista quer que os pedestres não atravessem em frente ao carro, o morador não quer trânsito em frente à sua residência, o ciclista quer ser respeitado e o comércio reivindica uma linha de ônibus na rua em que está instalado, mas com o ponto de parada em frente à loja do vizinho.

Esses e outros exemplos de conflitos de interesses configuram o cenário urbano quanto ao uso das ruas nas cidades e mostram bem as dificuldades para se atingir o consenso sobre a circulação e utilização das ruas em um espaço urbano. E há muito esse deixou de ser um problema apenas de grandes centros urbanos. Cidades menores, que antes não sofriam com problemas relacionados à mobilidade urbana atualmente já buscam também soluções para tentar evitar o caos que está batendo na porta...

Sugestões e propostas para o problema da imobilidade, debates e sugestões serão apresentadas no Fórum Internacional sobre Mobilidade Urbana, evento que será realizado entre os dias 03 e 05 de abril em Florianópolis. Um dos objetivos do evento, que tem entre os palestrantes conceituados profissionais do setor, é promover a troca de ideias entre representantes das cidades e países do mundo todo para a solução dos problemas de mobilidade, com ênfase na importância do processo participativo por parte da população na busca de soluções que levem à preservação ou melhoria das condições de qualidade de vida e do meio ambiente. O temário abordará assuntos muito atuais como a Saúde e a Mobilidade Urbana, Politicas Nacionais de Mobilidade Urbana e as leis, turismo e mobilidade urbana e uma novidade será a participação de entidades e empresas ligadas a indústria da mobilidade urbana, que debaterão sobre até que ponto o Brasil está preparado para os grandes desafios de desenvolvimento.

No Brasil, segundo dados do IBGE, as cidades já abrigam mais de 84% da população, gerando mais de 90% da riqueza. Para um país que irá sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, fica o questionamento: o que os municípios brasileiros precisam fazer para acompanhar a transformação global? Estes grandes eventos estão ai.... Além dos equipamentos para realização dos jogos, as cidades satélites e regiões precisam se atenção. O turismo poderá ser explorado e as regiões menores também lucrarem com esses grandes eventos, porém é preciso acender a luz amarela e dar atenção a essas questões...

É preciso pensar na mobilidade urbana sustentável e envolve a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus "limpos", com integração a ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade. E soluções inovadoras, como os sistemas de bicicletas públicas, como os implantados em Copenhague, Paris, Barcelona, Bogotá, Boston e várias outras cidades mundiais. Ainda, a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos, porque um terço das viagens realizadas nas cidades brasileiras é feita a pé ou em cadeiras de rodas.

Esta será uma boa oportunidade para as autoridades e os gestores brasileiros discutirem este tema, antes que o caos se instale definitivamente e, aí sim, não haverá mais nenhuma saída para o problema da mobilidade urbana.

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