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São Lourenço do Oeste

Os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35)

  • Arquivo DR - Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida

* Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida

Na narrativa de Lucas, percebemos a tristeza e o desânimo dos discípulos pela morte de Jesus. Lucas conta que Emaús ficava a sessenta estádios de Jerusalém, cerca de onze quilômetros. Discípulos de Emaús é uma das primeiras aparições de Jesus após a ressurreição, logo após a sua crucificação e à descoberta do túmulo vazio. Tanto o "encontro na estrada para Emaús" quanto o subsequente Jantar em Emaús, que relata uma refeição que Jesus teve com os dois discípulos após o encontro na estrada, se tornaram temas muito importantes para alicerçar a nossa fé no Ressuscitado. O Apóstolo Paulo em (1Cor 15,51-52), afirma que, Jesus ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. O fato de Jesus ter sido crucificado deixou os discípulos como o coração dilacerado e com muitas interrogações, sem respostas.

Lucas escreve que um discípulo se chamava Cléopas e o mesmo viajava com um colega quando se encontraram com Jesus. No início eles não reconhecem Jesus. Eles convencem Jesus a caminhar com eles, narram a Jesus duas experiência e a dor que sentem pela morte do Mestre. Eles estavam vivendo um grande drama. Lucas, em sua narrativa, deixa claro que os discípulos estão transtornados, coração ferido e não conseguem entender o projeto do Reino que Jesus havia anunciado. Jesus caminha com eles e eles não o reconhecem. Jesus ouve a sua história e sua dor. “Lucas usa três verbos para expressar que o Ressuscitado não é um fantasma, mas ele tem uma nova maneira de ser: Ele “aproximou-se”, “caminhou com eles”, e perguntou”. Quantas vezes não nos aproximamos dos outros e não caminhamos juntos. Queremos dar soluções sem conhecer a realidade.

É importante notar também que Lucas explicita bem quem foi quem matou Jesus - não foi o povo, foram grupos de interesse bem definidos: “Nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram” (v. 20). Então Jesus foi morto não por acaso, mas porque ameaçava os privilégios da elite dominante! A cruz era a consequência lógica da vida de Jesus! Outro elemento importante é o fato de que eles sabiam do túmulo vazio - dois dos apóstolos já tinham verificado a história das mulheres. Mas isso não dizia nada para eles! Aqui se destaca que a nossa fé não se baseia no túmulo vazio! É a nossa fé na Ressurreição que explica por que o túmulo estava vazio, e não o túmulo que dá consistência à nossa fé!

A Palavra de Deus (vv 25-27)

Com o coração dolorido, os discípulos demoraram em acreditar em tudo o que os profetas falaram ((v25)). Eles sabiam, mas não conseguiam entender e acreditar. Eles estavam confusos e não conseguiam ligar a Bíblia com a vida. Jesus tem uma dinâmica fantástica, não da uma “lição de moral”, uma aula de exegese, mas faz os dois ligar suas vidas com a Bíblia. É a Palavra que vai iluminar a vida dos mesmos e aquecer os corações. A Bíblia é capaz de fazer “arder o coração”, mas para “abrir os olhos” é necessária também a experiência de comunidade, de celebração, de partilha! Chegando a Emaús, os discípulos convidam Jesus para entrar e jantar com eles. Se realmente se trata de um casal, então seria entrar na sua casa, no aconchego do seu lar, e não numa hospedaria, como normalmente a gente supõe. Aqui temos o ponto central da história - pois até agora a explicação bíblica, por tão bonita que pudesse ter sido, não mudou a vida deles. Mas agora sim. Jesus se põe à mesa e: “tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles” (v. 30). De propósito, Lucas usa as palavras que recordam a Última Ceia. É a experiência da partilha, da comunidade! Agora o milagre acontece: “Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus” (v. 31).

A presença de Jesus

Deus manifesta seu amor e se revela na pessoa do seu Filho Jesus. A presença de Jesus junto aos discípulos de Emaús marca suas vidas. Eles tinham desistido de tudo e a vida estava marcada pelo um projeto falido e muitas interrogações. A presença de Jesus na caminhada, a conversa, a partilha, faz os dois discípulos viver a verdadeira “páscoa”, passaram do lamento e a dor, do coração duro e vazio, para a alegria do coração ardente, feliz e abrasado. “Não é que o nosso coração ardia, enquanto ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). Por meio das Escrituras, os discípulos compreenderão a radicalidade do compromisso de Deus com a vida humana  manifestado na Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus caminha conosco vivo e Ressuscitado, o encontro com Ele é a nossa Ressurreição e vida nova.

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